Saúde e segurança dos colaboradores na cadeia de fornecimento: melhores práticas para monitoramento

Por que é importante analisar questões relacionadas à saúde e segurança na cadeia de fornecimento?

A saúde e segurança dos fornecedores e suas respectivas equipes são componentes críticos que impactam diretamente o bem-estar das pessoas, a eficácia operacional, a reputação e a capacidade de uma empresa de prosperar em um ambiente empresarial em constante evolução.

Por isso, é responsabilidade da empresa garantir que os fornecedores respeitem a saúde e segurança dos trabalhadores, a fim de haja uma cadeia de suprimentos sustentável comprometida com resultados positivos.

Quais os riscos associados à falta de segurança e saúde dos colaboradores na cadeia de fornecimento?

Investidores e consumidores estão cada vez mais atentos à responsabilidade das empresas em relação à saúde e segurança dos fornecedores. Não acompanhar como os fornecedores têm lidado com esta temática internamente podem acarretar riscos em médio e longo prazo para a empresa contratante, tais como: 

1.Riscos reputacionais

Realizar parcerias comerciais com empresas que não estão preocupadas com as condições de trabalho dos seus colaboradores pode passar a imagem de conivência com o processo, o que impacta diretamente a reputação da empresa no mercado.

Por exemplo, uma marca de moda depende de uma rede de fornecedores para produzir determinadas peças de roupas e vem à tona que um desses fornecedores oferece aos seus trabalhadores condições insalubres de trabalho, horas excessivas,  falta  de equipamento de proteção, etc.

Com a ampla divulgação nos principais meios de comunicação, consumidores conscientes da sua responsabilidade social começam a boicotar os produtos da marca e se mobilizam em redes sociais cobrando providências. Em pouco tempo, a reputação da empresa contratante já é afetada, sendo necessário uma gestão de crises adequada para evitar perdas financeiras significativas.

2. Interrupções de fornecimento

Ao incentivar boas práticas de saúde junto a sua cadeia de fornecimento, você reduz o risco de interrupções devido a acidentes de trabalho ou questões de saúde dos colaboradores. 

A descoberta de um fornecedor que oferece condições insalubres para os colaboradores pode forçar a suspensão de operações na fábrica do fornecedor. Isso cria uma interrupção grave na cadeia de fornecimento  da contratante, que precisa transferir, a toque de caixa, a demanda para outros fornecedores que cumpram requisitos de saúde e segurança a fim de evitar novos problemas. 

Lembre-se que a  exposição negativa ou interrupções frequentes na cadeia de fornecimento podem levar a uma desconfiança em relação à estabilidade e confiabilidade da cadeia de suprimentos, afastando potenciais investidores e clientes.

3.Penalidades e sanções

Empresas que não garantem a segurança e saúde dos colaboradores podem ser responsabilizadas legalmente por quaisquer danos causados a funcionários ou terceiros como resultado de acidentes ou exposição a riscos ocupacionais.  

A depender do caso, como fornecedores presentes em lista suja do trabalho infantil e lista suja do trabalho escravo, onde não há qualquer preocupação com saúde e segurança, não é apenas o fornecedor que pode sofrer sanções. A empresa contratante ainda corre o risco de ter  responsabilidade solidária e ter a sua ética questionada no mercado, uma vez que passa a imagem de conivência com más práticas.

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Normas que orientam boas práticas em relação à saúde e segurança

A fim de direcionar as empresas em relação às boas práticas para assegurar a saúde e segurança dos trabalhadores, algumas normas. 

Norma ISO 45001

Esta é uma norma internacional que estabelece requisitos para sistemas de gestão de saúde e segurança ocupacional. Muitas empresas e organizações buscam a certificação ISO 45001 como forma de demonstrar seu compromisso com a saúde e segurança ocupacional em nível global.

A ISO 45001 inclui uma série de elementos-chave que as organizações devem considerar ao implementar, como:

  • Política de Saúde e Segurança Ocupacional: A organização deve estabelecer uma política clara de SSO que demonstre o compromisso da alta administração com a segurança e a saúde dos trabalhadores.
  • Planejamento: Isso inclui a identificação de riscos e oportunidades de SSO, o estabelecimento de objetivos e metas, e o desenvolvimento de planos de ação para atingir esses objetivos.
  • Implementação e Operação: As organizações devem implementar procedimentos, treinamentos, controles operacionais e sistemas de comunicação para garantir que a política de SSO seja eficaz.
  • Avaliação de Desempenho: É necessário monitorar e medir o desempenho da SSO, conduzir auditorias internas e realizar revisões gerenciais para garantir que os objetivos estão sendo atingidos e que o sistema de gestão está funcionando de maneira eficaz.
  • Melhoria Contínua: As organizações devem buscar continuamente oportunidades de melhoria e tomar medidas corretivas e preventivas para abordar não conformidades e aprimorar o sistema de gestão.

A depender do ramo de atividade, empresas contratantes podem exigir do fornecedor a certificação da ISO 45001, a fim de negociar somente com fornecedores que possuem boas práticas alinhadas às normas internacionais.

Diretrizes da OIT (Organização Internacional do Trabalho)

A Organização Internacional do Trabalho (OIT) estabelece diretrizes e convenções internacionais relacionadas à saúde e segurança no trabalho, que fornecem orientação para aplicar os princípios e os métodos adequados de gestão que garantam a melhoria contínua dos resultados nessa área.

Embora essas convenções não sejam obrigatórias, muitos países as adotaram como parte de suas regulamentações.

Entre os principais tópicos relacionados, estão:

  • Normas Laborais: Isso inclui questões relacionadas a direitos fundamentais no trabalho, como liberdade sindical, igualdade de oportunidades e tratamento e eliminação do trabalho infantil e do trabalho forçado.
  • Segurança e Saúde: A OIT trabalha para melhorar as condições de segurança e saúde no local de trabalho, promovendo práticas seguras e saudáveis e protegendo os trabalhadores de riscos ocupacionais.
  • Trabalho Infantil: A OIT trabalha para erradicar o trabalho infantil em todo o mundo, promovendo a educação e oportunidades para crianças.
  • Trabalho Forçado: A OIT luta contra o trabalho forçado e o tráfico de pessoas, promovendo a ratificação e implementação de penalidades relacionadas.
  • Desenvolvimento Sustentável: A OIT integra considerações de trabalho digno e emprego decente nas estratégias de desenvolvimento sustentável.

Como monitorar a saúde e segurança na cadeia de fornecimento?

Algumas práticas podem contribuir para avaliar quesitos relacionados à saúde e segurança dos fornecedores, entre eles: 

1. Avaliação de riscos e Due Diligence

Seja durante a homologação ou em monitoramento durante o ciclo de vida do contrato com o fornecedor, identifique e avalie os riscos relacionados à saúde e segurança em sua cadeia de fornecimento. Dependendo do tipo de serviço oferecido pelo fornecedor, isso pode incluir:

  • Riscos físicos: (exposição a níveis elevados de ruídos, radiações, temperaturas extremas)
  • Riscos químicos (exposição a produtos químicos, inalação de gases tóxicos, etc);
  • Riscos de acidentes (quedas devido a falta de proteção adequada, manuseio de máquinas ou equipamentos perigosos, etc)
  • Riscos relacionados às más condições de trabalho

A realização de uma due diligence também  auxilia a entender como os seus fornecedores têm abordado estes riscos. Solicite aos parceiros comerciais documentação relevante, como políticas, procedimentos e registros relacionados à saúde e segurança no trabalho. Também pode incluir manuais de segurança, relatórios de incidentes, registros de treinamento em segurança, avaliações de risco, etc.

2. Políticas e Códigos de Conduta

Desenvolva políticas e códigos de conduta que estabeleçam padrões claros para saúde e segurança em sua cadeia de fornecimento. Certifique-se de que esses padrões sejam comunicados aos fornecedores de forma clara, concisa e de fácil compreensão para que todos os parceiros estejam cientes e possam aderir a ele facilmente.

Tópicos que podem ser incluídos em um código de conduta especificamente sobre estas questões incluem: 

  • Sanções para fornecedores que não cumprem políticas e práticas de saúde e segurança;
  • Descrição das responsabilidades dos fornecedores em relação à saúde e segurança, incluindo a implementação de práticas seguras de trabalho, treinamento de funcionários e conformidade com as políticas de saúde e segurança;
  • Expectativas em relação à oferta de treinamento adequado em saúde e segurança para colaboradores, bem como a necessidade de conscientizar sobre os riscos ocupacionais.

3.Capacitação e Treinamento

Se necessário, ofereça capacitação aos fornecedores para garantir que eles possam implementar as políticas e práticas de saúde e segurança para os seus colaboradores. 

Isso pode incluir treinamento sobre o uso seguro de produtos químicos, equipamentos de proteção individual (EPIs), melhores práticas de segurança no trabalho, prevenção de lesões, saúde mental e bem-estar, prevenção de assédio e discriminação, etc.

4.Analise os principais KPIs

Estabeleça um sistema de monitoramento contínuo para acompanhar o desempenho dos fornecedores em relação à saúde e segurança. Entre as métricas de desempenho (a depender da área que atua o fornecedor), é possível acompanhar:

  • Taxa de incidentes; 
  • Taxa de lesões;
  •  Tempo Médio sem Acidentes (Lost Time Injury Frequency Rate); 
  • Taxa de participação de treinamento de segurança;
  • Pesquisa de satisfação e bem-estar do colaborador;
  • Taxa de turnover devido a questões relacionadas a saúde e segurança.

5.Identifique oportunidades de melhoria

Trabalhe em colaboração com os fornecedores para identificar áreas de melhoria. Analise tendências, riscos recorrentes, causa raiz de possíveis problemas para que juntos possam criar um plano de ação com foco em melhoria contínua. 

Os planos devem incluir metas claras, responsabilidades, prazos e recursos necessários. 

Implemente-os juntamente com o fornecedor  e acompanhe de perto seu progresso. Certifique-se de que o fornecedor está cumprindo os prazos e as ações definidas.

Não esqueça que este deve ser um processo contínuo e colaborativo. Continue a monitorar e ajustar conforme necessário.

Conclusão

Para uma cadeia de suprimentos sustentável é imprescindível que as empresas se preocupem como sua cadeia de fornecimento tem lidado com a saúde e segurança de seus trabalhadores.

A falta de um olhar cuidadoso impacta em riscos reputacionais, interrupções e fornecimento e possíveis penalidades e sanções, tanto para os fornecedores como para a empresa contratante, dependendo do caso.

Avaliação de riscos e due diligence, políticas e códigos de conduta, capacitação e treinamento, monitoramento constante e identificar oportunidades de melhoria são alguns dos passos para realizar uma gestão eficaz no que tange a saúde e segurança na cadeia de fornecimento.

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