Gerenciamento de Riscos Ambientais: o que é, quais os benefícios e como fazer

O que é o gerenciamento de riscos ambientais?

Os riscos ambientais são compostos por todos os agentes físicos, químicos e biológicos  que podem causar danos à saúde do trabalhador e ao próprio meio ambiente.

O gerenciamento de risco ambiental visa determinar quais impactos uma empresa pode causar tanto no meio ambiente como no âmbito interno, criando a partir disso iniciativas para a contenção ou prevenção  dessas ocorrências.

Onde estão os riscos ambientais?

Os riscos ambientais estão presentes nos mais diversos segmentos de atuação profissional, desde as grandes indústrias até em operações mais simples. Por exemplo,  um empreendimento que possui em seu subsolo um tanque de combustível para aquecimento de caldeiras pode ter problema em caso de vazamento. Até mesmo o setor de serviços, como hospitais, hotéis, entre outros, podem gerar impactos ambientais.

Cada negócio tem uma especificidade, mas todos os produtos, mesmos os não perigosos, podem, em caso de vazamento ou descarte inadequado, comprometer a qualidade do solo e da água por exemplo, causando um dano ambiental.

Isso por sua vez, pode gerar impactos no âmbito judicial e na saúde financeira dos responsáveis. Por isso, mais do que o tamanho da operação empresarial, é importante identificar seus processos, produtos e interações com o meio ambiente, para realizar um bom gerenciamento dos riscos ambientais.

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Quais os principais tipos de riscos ambientais?

Quando falamos de meio ambiente há cinco principais riscos que devem ser observados, entre eles:

Químico 

Os riscos químicos estão relacionados à exposição de pessoas a determinados tipos de produtos que possam causar danos à própria saúde mas que também resultem em poluição do ar ou processos que modifiquem o ciclo natural do ecossistema.

Um exemplo de riscos químicos pode estar relacionado ao contato com ácidos, dióxido de carbono, poeira, chumbo, etc. O manuseio inadequado afeta não apenas o trabalhador da empresa. O descarte irregular de produtos químicos no solo ou em lençóis d’água, por exemplo, pode levar a perdas irreparáveis por muitos e muitos anos.

Biológico

O risco biológico refere-se à exposição a vírus e microrganismos que prejudicam a saúde. Geralmente os riscos biológicos estão relacionados às atividades da indústria alimentícia, farmacêutica e agrícola, dentre outras. 

Físico

Os riscos físicos fazem com que determinado grupo de pessoas esteja exposto a condições físicas severas como temperaturas extremas, radiações, umidade. Também podemos incluir os ruídos que são produzidos por atividades fabris, transportes ou entretenimento e que inclusive causam problemas socioambientais. 

Acidente

Os riscos de acidente estão relacionados à probabilidade de incêndio ou explosão, devido ao armazenamento inadequado de determinadas substâncias.

Além disso, também refere-se ao uso de máquinas e equipamentos de forma inadequada, problemas relacionados à defeitos na eletricidade ou iluminação insuficiente que possam causar danos ao trabalhador e também ao entorno da empresa. 

Ergonômico

Os riscos ergonômicos estão voltados aos controles de produtividade, jornada de trabalho prolongada dos colaboradores, trabalhos sem turnos de revezamento, repetitividade, e outras situações que impactam em estresse físico e/ou psíquico.  

Leia também: Saúde e segurança dos colaboradores na cadeia de fornecimento: melhores práticas para monitoramento.

Quais os benefícios do gerenciamento de riscos ambientais?

São inúmeros os benefícios que um gerenciamento de risco ambiental bem executado proporciona a uma empresa, dentre os quais podemos destacar: 

1. Redução de custos

A empresa consegue revisar seus processos e reduzir custos internos, fazendo o uso consciente de recursos ou até  reaproveitamento de insumos.

Além de uma gestão mais sustentável, também consegue promover uma verdadeira mudança de cultura organizacional.

2. Conformidade com a legislação vigente

Com um gerenciamento de risco ambiental adequado, a empresa estará em conformidade com as principais legislações ambientais, evitando multas e consequentes prejuízos para o negócio.

Um exemplo prático: uma indústria de produto químico precisa comprovar que está tomando ações para preservar a fauna marinha de uma determinada região (se estiver localizado próximo a mesma). Deverá demonstrar que está realizando o tratamento adequado de resíduos e que tem um sistema de segurança eficiente em caso de vazamentos, dentre outras medidas.

Para evitar crimes ambientais, é crucial que haja um plano de ação adequado para o gerenciamento dos riscos ambientais, envolvendo a comunicação ao órgão ambiental regulador, mobilização de equipes, prestação de contas a sociedade e comunidades impactadas, mitigação e reparação de danos.

Leia também: Embargos Ambientais

3. Promoção da marca e a conquista da admiração dos clientes

O comprometimento com a gestão de riscos ambientais, torna a empresa um agente social que tem o meio ambiente na sua estratégia de negócios e não visa somente o lucro de seus acionistas. 

Em um mercado cada vez mais disputado, os clientes têm exigido essa postura das empresas. Mais do que isso também estão dispostos a consumir apenas de empresas comprometidas com a sustentabilidade e a defesa do meio ambiente. Pesquisa global lançada pelo Capterra em 2021,  aponta inclusive que a cada 10 consumidores, 7 afirmam que ações sustentáveis das empresas têm forte impacto quando escolhem produtos para a compra.

Além disso, para fornecedores que buscam parcerias comerciais, um gerenciamento de risco ambiental eficiente com todos os licenciamentos ambientais em dia, abre portas para negociações sólidas com empresas que buscam confiança no fornecedor que contratam.

Leia também: 6 etapas para criar um Programa de Gestão de Fornecedores

Como fazer o gerenciamento de riscos ambientais?

Para realizar um gerenciamento de riscos ambientais de forma efetiva é preciso se atentar a algumas etapas que incluem: 

Mapeamento das atividades realizadas 

É o momento que os principais envolvidos na condução do processo podem classificar e avaliar os processos produtivos da empresa, bem como o impacto ambiental da mesma.

Outro aspecto a ser incluído nesta etapa é o levantamento dos requisitos legais nos âmbitos federal, estadual e municipal, que estejam relacionados a essas atividades

A partir da revisão de todos os procedimentos, os gestores terão maior entendimento sobre como a empresa atua do ponto de vista socioambiental, se está em conformidade com a legislação ambiental e o que pode ser melhorado. 

Planejamento e implementação das soluções

Com o mapeamento em mãos é hora de elaborar um planejamento com ações práticas que visem o cumprimento de políticas ambientais, com base nos riscos que a empresa oferece ao meio ambiente e como mitigar estes danos no dia a dia. 

Com um plano de gerenciamento de risco ambiental as empresas conseguem não somente a adequação das condições de trabalho, mas também atender a expectativa do mercado como um todo e dos órgãos ambientais. 

É importante que esta etapa seja realizada por profissionais plenamente habilitados, já que é um documento que exige um diagnóstico preciso e comprovado. 

Monitoramento do impacto

Planejamento sem monitoramento não tem eficácia. Por isso, mais do que implementar soluções é necessário checar se a empresa segue corretamente as ações propostas. 

Os profissionais podem fazer análises qualitativas e quantitativas que incluem medição, não conformidades observadas, ações preventivas e corretivas.

Estas ações colaboram com a melhoria contínua das ações ambientais, aprimorando a tomada de decisão relacionada à política ambiental da empresa e suas respectivas metas. 

Por exemplo, a partir do monitoramento e inspeção periódica em tanques e dutos, você pode identificar previamente fissuras na estrutura provocando vazamentos. Isso além de causar um grande impacto ambiental e trazer perdas desnecessárias, proporciona um dano reputacional para a empresa. 

Outros exemplos estão relacionados ao monitoramento do solo, aos lençóis freáticos e ao controle de emissões de gases para que nada saia do padrão estabelecido por lei e repare a sua contribuição negativa ao meio ambiente.

Leia também: Qual a importância do monitoramento de fornecedores?

Por que é importante avaliar como os fornecedores fazem o gerenciamento dos seus riscos ambientais?

Com a consciência do impacto da influência humana nas mudanças ambientais, contribuir com o desenvolvimento sustentável é pauta obrigatória. E esse mesmo pensamento deve se estender aos parceiros comerciais afinal, se determinada marca ou empresa quer ser sustentável, é esperado que toda a cadeia de suprimentos abrace tal prática.

A área de Compras tem um papel fundamental no relacionamento com o fornecedor e estar atento à forma como estes parceiros comerciais executam ações ambientais e tratam esse assunto no dia a dia, traz mais segurança para a negociação.

Evitar danos reputacionais

A maior preocupação quando se contrata um fornecedor é que a marca contratante esteja atrelada às ações deste parceiro. Aliás, um risco reputacional, se mal administrado por conta de um dano ambiental, pode resultar em diversos malefícios para a empresa. Isso inclui perda para os acionistas, dificuldade em atrair novos talentos e também redução do crescimento para o negócio. 

Por isso,  estabelecer processos sólidos de homologação de fornecedores faz com que a empresa tenha o conhecimento exato de como o fornecedor lida com os impactos ambientais de seus processos e possa monitorá-los ao longo da relação comercial.

Leia também: Riscos Reputacionais

Perda de mercado

Imagina sua empresa negociar com um fornecedor que por irresponsabilidade despeja grandes quantidades de resíduos tóxicos em lagos e rios, afetando a fauna e flora local. Apoiar este tipo de empresa, tratando-a como um parceiro comercial pode sim respingar na empresa contratante.

Afinal, além de apresentar possível conivência com o processo, clientes e stakeholders não serão advogados de marcas próximas a esse tipo de movimento. Isso faz com que a empresa perca mercado para concorrentes que realmente estão preocupados e se protegem destas questões. 

Quais os documentos necessários para identificar um fornecedor sustentável? 

É certo que nem todo fornecedor oferece risco ambiental com a atividade-fim que desempenha. E por isso, não precisa de uma licença ambiental para  exercer suas atividades, por exemplo.

Mas se durante o processo de homologação, você quiser identificar o nível de criticidade de um fornecedor em relação aos impactos ambientais, é importante se atentar a alguns pontos: 

  • Atividades relacionadas à agropecuária: agricultura, florestas, caça e pesca; mineração; indústrias; transporte, terminais e depósitos geralmente necessitam de licença ambiental;
    • Se for produtor de substâncias como graxas e lubrificantes que causem impacto ambiental em caso de vazamentos –  precisam de licenças da ANP para operar. 
    • Se o fornecedor trabalhar com produtos ou subprodutos de origem linha florestal, presta serviços para Manutenção de Áreas verdes ou até mesmo serviços de manutenção de componentes – também precisam ter cadastro técnico no IBAMA.

Se você tem mais dúvidas, a  Lei Complementar 140/2011 disciplina quais as atividades que precisam de licença ambiental para operar legalmente no mercado.

Homologar fornecedores identificando essas condicionantes é uma tarefa que demanda conhecimento e, estar atento é crucial para obter bons resultados e evitar surpresas desagradáveis. 

Com o intuito de otimizar este processo, a Gedanken consulta, valida, analisa de forma automática e inteligente dados de fornecedores de todos tamanhos e criticidade, trazendo visibilidade e eficácia para o gerenciamento da cadeia de suprimentos.

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Conclusão

O gerenciamento de riscos ambientais permite que uma empresa identifique de forma estruturada todos os impactos que a atividade exerce no meio ambiente. Assim, a empresa tem capacidade de realizar da forma mais adequada ações preventivas e corretivas para uma gestão eficiente.

Várias ações podem contribuir e muito para um bom gerenciamento de risco ambiental. Algumas delas incluem mapear as atividades realizadas, planejar e implementar soluções de resultado e monitorar o andamento das mesmas.

Para empresas que atuam com uma ampla gama de fornecedores, estar atento a como os parceiros comerciais gerenciam os impactos ambientais traz inúmeros benefícios. Isso porque previne que a empresa tenha problemas com danos reputacionais, perda de competitividade no mercado e também evita prejuízos financeiros com quaisquer tipos de multas.

Por isso, a gestão de fornecedores precisa ter processos sólidos e que tragam resultados seguros para a organização. A Gedanken- GCertifica auxilia a sua empresa a mitigar expressamente os riscos que os fornecedores podem oferecer ao negócio, deixando o processo mais rápido e inteligente.

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*Atualizado em 11/03/2024*

 

 

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